Inovação social é sobre dar poder as pessoas

O Mozaiko ressurge essa semana (2 a 4 de novembro/2012), através do BHJam (versão belorizontina do Global Sustainability Jam). Como a última edição foi em maio, estamos revendo e repensando o processo, as metodologias e até a razão de ser do Mozaiko, o que é muito empolgante para nós. Principalmente, quando encontramos pessoas alinhadas com tudo o que acreditamos, e logo aqui, em Belo Horizonte. Estou falando do Comunidades Criativas, projeto que funciona no CEDTec da Escola de Design da UEMG, e que potencializa a atuação de artesãos na região de Macacos (Nova Lima / MG). Desse encontro, já surgiu uma parceria, que se realizará em 2013, quando o Comunidades Criativas ajudará os artesãos a projetarem os serviços, que embasarão seus trabalhos.

Bom, durante esse processo de repensar o Mozaiko, aliado ao desafio sobre sustentabilidade do BHJam, temos lido bastante sobre o assunto, e esse artigo em particular, é muito interessante: “System Innovation for Sustainability: Using Systems Thinking and Design Thinking“.

Alguns bons insights desse artigo:

A verdadeira inovação não deveria começar com a criação de um produto, mas sim identificando novas formas de atender necessidades humanas.

Por exemplo, o processo de inovação não deveria tentar projetar uma máquina de lavar mais eficiente, mas gerar ideias sobre como prover roupas limpas para as pessoas. Dando um passo a trás para identificar as necessidades atuais, novos conceitos são gerados e novos modelos podem ser projetados. Isso permite mudar o paradigma de desenvolvimento técnico, para um novo, que alia a tecnologia com intervenções sociais e novos modelos organizacionais.

Ao intervir em um sistema (social ou ambiental), o esforço deve ser voltado para restaurar ou melhorar a capacidade do próprio sistema para resolver seu problemas. Ou seja, entregar/oferecer soluções prontas, não só é ineficiente, mas também pode ser prejudicial, pois não dá poder as pessoas inseridas no contexto de solucionarem, elas mesmas, os seus problemas.

Um exemplo disso é o LifeStraw, uma espécie de tubo, que filtra águas insalubres. É um produto proprietário e caro para os contextos em que é requerido. Por conta disso, para ser implantado precisa de apoio de forças externas, como campanhas, financiamentos e etc. Mas o problema de acesso a água limpa não é sobre a falta de tecnologia apropriada para filtrar a água, mas sim na falta de incentivos para ações, que visam restaurar ou amplificar contextos onde a própria comunidade seja capaz de purificar sua própria água. É o caso de um filtro de panela de barro desenvolvido por Tony Flynn. Este filtro pode ser produzido com a mistura da argila e um material de grão fino orgânico, sem a necessidade de fornos. Essa tecnologia é open source (Licença livre, não proprietária), dessa forma, qualquer um pode produzir os filtros e as comunidades, que enfrentam esse problema, podem se apropriar do conhecimento para tal.

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